Lucas não queria acreditar, mas era impossível não perceber: ele estava completamente apaixonado pela Letícia. Mais conhecida como a Fast-Food da faculdade.
Lucas estava de quatro pela garota que todos os seus amigos já tinham experimentado antes dele.
O Dengue? Duas vezes.
O Pedrinho? Foi o primeiro de todos.
O Gusmão? Sempre no final das festas dava uma passada pela Letícia.
O Hugo? Fazia sempre o esquema: cinema – casa da Letícia.
E por aí vai. 90% dos homens que o Lucas conhecia na faculdade de farmácia já tinham trocado carícias com a Lê. A mulher que ele não conseguia mais tirar da cabeça.
De início ele relutou. Dizia para si mesmo:
– Não é possível Lucas. Logo a Letícia. Por que você foi dar aquele beijo de comemoração no final da formatura? Logo você, que era o único que nunca tinha experimentado.
Mas ele não tinha mais nada para fazer. Seu coração e pensamento tinham uma nova dona: Letícia, a rainha da farmácia. Título dado a ela pelo pessoal da Atlética.
E para piorar a situação do recente apaixonado, a Lê também era só Lucas na cabeça. Desde a formatura foram só telefonemas, scraps românticos e trocas de elogios:
– Você é lindo Lucas.
– Nunca tinha ficado com um cara como você.
– Por que a gente não namora?
E eles namoraram.
E continuam a namorar.
A Lê sossegou e nunca mais passou pelas mãos de outros homens. Mas os amigos do Lucas nunca deixaram de relembrar os momentos com a nova namorada do colega.
De tempo em tempo, Lucas sempre pedia algumas dicas para eles.
E sem demorar, eles davam. Com detalhes.
No iPod toca: Welcome to Tijuana – Manu Chao
O tempo lá fora é de: nublado pela tarde.